terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Cronica de uma verdade crua ( ou mata ele que eu quero comer ele assado )


Armin Meiwes, o canibal alemão servindo pena de prisão perpétua por matar e comer um homem que implorou para ser devorado, explica como a carne tinha sabor de carne de porco, e como preparou uma requintada refeição - filé com molho de pimentão verde, croquetes e couve de Bruxelas.

Na sua primeira entrevista para a televisão, que foi ao ar na segunda-feira à noite (15) pelo canal RTL, Meiwes, de 46 anos, parecia relaxado e saudável enquanto falava sobre seu desejo de décadas de consumir outro homem.

O caso veio à tona em dezembro de 2002, e os detalhes escabrosos foram manchetes em todo o mundo. Meiwes filmou a si próprio matando, tirando as vísceras e cortando em pedaços o cadáver do engenheiro de computação Bernd Brandes, de 42 anos, que ele havia conhecido através de mensagens postadas em salas de bate-papo, procurando "homem para massacre"."Sim, gente que não consegue entrar nesta história acha monstruoso. Mas eu sou um ser humano normal em princípio", ele disse a seu entrevistador, Gunter Stampf, que escreveu o livro "Entrevista com um Canibal", baseado em 30 encontros que teve com Meiwes na prisão. As entrevistas foram aprovadas pela corte distrital de Frankfurt que o condenou.

"Eu salguei o filé de Bernd com sal, pimenta, alho e noz-moscada. Comi ele com croquetes "princesa", couve de Bruxelas e molho de pimentão verde" disse Meiwes. A carne era um pouco dura, acrescentou. Ele congelou porções de Brandes, algumas em forma de carne picada, e comeu mais de 20 quilos dela nos meses subseqüentes ao assassinato, ocorrido em março de 2001. Fantasias de toda a vida

Durante seus dois julgamentos, em 2004 e 2006, Meiwes disse que sempre sonhou em ter um irmão mais novo - "alguém para fazer parte de mim" - e ficou fascinado pelo canibalismo como meio de satisfazer esta obsessão. Seus desejos foram alimentados pela internet, onde ele fez contatos com mais ou menos 400 homens interessados em canibalismo.

Ele encontrou o par ideal em Brandes, que tinha obsessão por ser comido. "A primeira mordida foi com certeza única, indefinível, já que eu tinha sonhado com isto durante trinta anos, com esta conexão íntima que se faria perfeita através desta carne", disse Meiwes na entrevista.

"A carne tem sabor de porco, um pouco mais amarga e mais forte. Tem um gosto muito bom", disse ele.

Afirmou também que quando era criança gostava de ouvir sua mãe ler para ele a estória de “João e Maria”, sobre uma bruxa que aprisiona duas crianças e se prepara para comer o menino. "A parte em que João está para ser comido era interessante. Você não imagina quantos ‘Joãos’ estão circulando aí pela internet."

A polícia estima que em torno de 10 mil pessoas, na Alemanha somente, partilham o fascínio de Meiwes pelo canibalismo - seja por comer carne humana ou por ser comido.

Meiwes, cumprindo sua pena em Kassel, na região central da Alemanha, pode se candidatar à liberdade condicional depois de cumprir 15 anos obrigatórios na prisão. Um exame psiquiátrico feito antes do seu julgamento concluiu que ele não é louco, mas tem uma "alma muito perturbada".

"Eu quero ir para a terapia, sei que preciso, e espero que isto aconteça em algum momento", disse Meiwes.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

6 garfadas de Kamper - 6 mouthfuls of Kamper



No mais íntimo da Civilização manifesta-se uma selvageria.

No mais íntimo da razão acontece a loucura.

No mais íntimo da apropriação cultural aparece algo absolutamente estranho.

Os humanos são aparentados corporalmente, não espiritualmente.

Os corpos mortais são lugares e tempos da não-identidade.

A não-identidade tem o caráter do metabolismo.

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In the most intimate of civilization manifests a savagery.

In the more intimate of reason insanity happens.

In the most intimate of cultural appropriation appears something quite strange.

Humans are akin bodily, not spiritually.

The mortal bodies are places and times of the non-identity.

The non-identity has the character of the metabolism.

sábado, 19 de janeiro de 2013

Fragmento de Motim contra o Canibalismo da Civilização de Dietmar Kamper - Fragment from Mutiny against the cannibalism of Civilization by Dietmar


Propósito

O tema modelo orienta-se a partir da seguinte história: O Zeus cretense faz motim contra o
canibalismo de seu pai, Kronos, Chronos. Foi somente mais tarde que Kronos foi contaminado com Chronos, ou seja, Saturno, com o tempo, o sucumbir na melancolia com o movimento incansável.
Contra os efeitos dessa contaminação dada à força, que pelos dois lados devora tudo o que é vivo, deixando apenas o vazio, o deus mortal rebela-se primeiramente de modo a deixar o “velho” comendo pedra em lugar de pão e carne e, finalmente, com violência. Nessa insurreição do filho contra o pai canibal, o que se rebela é o viver contra o sobreviver, a mortalidade contra a eternidade. Mas talvez Kronos, um Chronos enganado, não possa ser vencido. Como meios dos deuses olímpicos, astúcia e razão não estão de maneira alguma à altura do canibalismo da Civilização, dentro da qual exercem o mesmo papel. Zeus deve arriscar sua própria mortalidade para escapar da barriga do pai-sistema. A vida, no que diz respeito ao que a torna possível, não é
o vencedor, mas sim um corpo com duração limitada, que há milênios apareceu no Mediterrâneo sob a forma do deus mortal e continua esperando por realização.



Dietmar Kamper
foi sociólogo, teórico da Comunicação e criador da Antropologia Histórica.


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Purpose

The topic model is oriented from the following story: The Cretan Zeus does mutiny against the cannibalism of his father, Kronos, Chronos.It was only later that Kronos was contaminated with Chronos, or Saturn, with time, succumbing to melancholy in restless motion. Against the effects of such contamination given by force , with both sides devouring everything that is alive, leaving only the emptiness, the mortal god rebels first in order to leave the "old" eating stone instead of bread and meat and finally, with violence. In this uprising of son against father cannibal, what is rebelling is the living agains the surviving, the mortality against eternity. But maybe Kronos, a mistaken Chronos, can not be beaten.,.... As a means of Olympian gods, cunning and reason are not in any way at the level of the cannibalism of Civilization, in which they perform the same role. Zeus must risk his own death to escape the belly of the father-system. Life, with regard to what makes it possible, is not the winner, body of limited duration, which appeared in the Mediterranean for millennia in the form of a mortal god and still waiting for fulfillment.

Dietmar Kamper was a sociologist, theorist Communication and the creator of Historical Anthropology.